Os sete activistas (Revús) condenados pelo crime de desobediência, por reivindicarem falta de água na Zona Alta do Lobito, a uma pena convertida em multas no valor de 40 Kwanzas por dia, durante vinte meses, pelo Tribunal de Comarca do Lobito, na província de Benguela, a 5.7.2019, continuam detidos por falta de valores.
Por Pedrowski Teca
Para além da acusação de desobediência, também lhes foram impostos os crimes de “assuada” (ajuntamento de pessoas em local público para criar desordem) e “injúria” contra agente da autoridade, num julgamento onde os réus optaram pelo silêncio diante dos questionamentos do magistrado do Ministério Público.
Os activistas detidos são: Bambi Cavalo, Avisto Bota, Silvano Olímpico, António Pongoti, Albino Elavoko, Alberto Cachimano e Martinho Prio.
Na leitura da sentença, na sequência do julgamento sumário, o juiz Osvaldo Paulino afirmou que os arguidos terão de pagar ainda uma taxa de 30 mil kwanzas, cada um, referente aos emolumentos.
No entanto, familiares e amigos dos mesmos estão empenhados numa campanha de arrecadação de fundos para a resolução do caso.
Em mensagem publicada nas redes sociais pelo jornalista Zé Manel, a partir de Benguela, explicam que a multa dos rapazes é de 24.800,00 Kwanzas para cada.
“E como se não bastasse está a condicionar a liberdade dos mesmos. Estamos a mobilizar esses recursos através de contribuições de qualquer cidadão que se reveja nessa causa”, lê-se.
Os sete jovens activistas, com idades compreendidas entre os 26 e 39 anos, foram detidos, em 2.7.2019, junto à Administração Municipal do Lobito, quando se manifestavam por falta de água na Zona Alta do Lobito.
Segundo o Ministério Público, os manifestantes criaram arruaças, embaraçaram o trânsito e insultaram a polícia, tendo também violado o Artigo 47 sobre o Direito de Reunião e de Manifestação da Lei Constitucional, por não terem feito a prévia comunicação do acto às autoridades.